A criação foi concretizada a partir do
seguinte pensamento do artista: "Acho que esta é
uma forma de arte como o grafite, porém mais efêmera".
A idéia surgiu quando Vado administrava uma padaria,
a Canaã, em Campinas, no interior de São
Paulo . Com o intuito de atrair a clientela e aumentar
a demanda de vendas, ele usou e abusou da criatividade
artistica, em função de um novo estilo no
segmento alimentício. E deu certo! Na mesma semana
havia encomendas. Os negócios prosperaram tanto
que a grafitagem de bolos ganhou destaque em espaços
culturais.
Conseqüentemente, o artista foi convidado a fazer
uma performance no Museu de Arte Contemporânea da
cidade, durante um evento que abordava o erotismo nas
artes. E fez, ainda, um bolo de 1.000 kg para a comemoração
do aniversário da cidade de Americana, também
no interior de São Paulo, e outro, em forma de
circo, para a reabertura da Pinacoteca do Estado de São
Paulo, em celebração ao dia nacional do
circo.
Vado do Cachimbo criou ainda mais três bolos: um
retratava nádegas femininas, outro um par de seios
e, o terceiro,um pênis. " Cheguei a receber
uma encomenda para fazer uma nádega de 10 quilos
para o aniversário de 15 anos de um garoto",
porém foi preciso muita experimentação
para conseguir a fórmula exata dos ingredientes
dos grafites comestíveis," relembra Vado.
Seus bolos podem ser planos, com forma de coração,
redondos, quadrados etc... Sobre eles, o artista desenha
com o aerógrafo, abastecido com uma tinta à
base de melado, açúcar, maizena e corante
(anilina culinária). A massa de pão-de-ló
também pode servir como matéria-prima para
um bolo-escultura como um rádio, um teatro com
palco e platéia ou o perfil de uma grande cidade.
Nesse tipo de trabalho, Vado, com pincéis e espátulas
em punho, manipula glacês coloridos, confeitos,
chocolate granulado e frutas cristalizadas.